terça-feira, 24 de julho de 2007

Poesia agora?! Sempre e toda hora!!!

Vou... ar preciso: Viver !

Estou com medo de voar
Deus não me deu asas
Ah! Mas se tivesse dado...

Acho que voava baixinho
Ia alisando as águas
Acariciando as flores

Aquelas bem miudinhas
Brincado com a borboleta amarela
Que no azul pinta aquarela
Seria uma cheira-flor com biquinho

Pra encher o céu de beijinho

É... Estou com medo de voar
Hei Deus! Nem me destes asas?!
Ê! Mas se tivesse dado...

Acho que voava cedinho
Entre a despedida da lua
No soninho das estrelas
E o nascer do sol brilhante
Que vem de longe, distante
Ainda molhado nas gotinhas do mar
Na manhãzinha da alvorada
Quando o vento da madrugada
Encontra com brisa morna, tão amada

Ai-ai... Que eu estou com medo, muito medo de voar
Afinal Deus, por que não me destes asas?!

Me destes tanto de tudo
A clara imensidão dos ares
As pequenas sombras dos luares
Algumas nuvens cor-de-rosa
Um coração cheio de amigos, prosa
Olhos que transbordam poesia
Um juízo fraquinho, colorido de fantasia
E ainda por cima essa esperança louca
De me ver canção naquela boca

Ô meu Deus, pra que me destes asas? De que me servirão portanto?
Se de voar tenho tanto medo... Tanto!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Poesia agora?! Sempre e toda hora!!!

Ah! Eu também quero...

Eu espero e quero-quero é a hora do recreio
Lembram de como era bom?!
Esperar a sineta tocar e sair disparado na carreira
No juízo só ter brincadeira
Desarvorado, num desmantelo da bixiga
Correndo, atropelando as amigas
E quem tivesse na frente
Só ter alegria na mente
Doidinho pra encontrar o coleguinha
Ah! Essa hora tão minha...

Eu quero é jogar uma partidinha de futebol
De dominó
De queimado
Barra-bandeira
Pular amarelinha
Trocar figurinha
Ver a paquerinha
Perder o fôlego por ela
Que passa e nem dá trela
Nem uma olhadinha
ôÔÔ galeguinha danada das trancinhas

Eu quero é tomar um picolé
E o caldinho escorrer pelos braços
Receber um monte de abraços
Mesmo imundo, descabelado e sujinho
Tomar água de minutinho em minutinho
Só pra passar por ela
Que hoje está ainda mais bela
Com aquela fita amarela...

Eu quero é entrar numa briga
Por causa do time que eu torço
Dizer besteira a uma amiga
Embolar no chão de tanto rir
Quero mais é ficar aqui
Quando a sineta tocar
E a professora vir por mim procurar
Nem conseguir me achar...

Eu quero merendar um lanchinho
Rapidinho pra não perder meu tempinho
Ah! Não...
Perder meu tempo comendo?
Eu quero é sair correndo
Voando que nem passarinho
Que pula de galhinho em galhinho
Até encontrar o seu ninho

Eu quero mesmo é dar risada
É falar da namorada
Bater papo por nada
Tomar uma limonada
Ter um instante feliz
Saber que eu sou aprendiz
Aproveitar bem o recreio
E depois voltar pra razão
Me concentrar na lição
Que aprendo todo dia
Quando rezo pra Virgem Maria...

Que dessa vida valente
A gente só leva com a gente
O que plantou de carinho
No abraço de um amigo
Numa palavra de gratidão
Eu quero é cantar a canção
Que tenha no outro um igual
Não desejar nenhum mal
Ver estendida a minha mão
Até para os que na contra-mão
Seguem caminhos contrários
Entender os motivos alheios
Desculpar o que for possível
Esquecer o imperdoável
Ser feliz todo dia
Como compromisso: a ALEGRIA
Ler sempre, na vida ter poesia
Compartilhar o meu riso com que já não ria...

Anne

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Nem te Conto... Vamos Prosear!

Alô! Mãe...

- Tem dias... Que eu vou te contar, viu?! Sabe quando a gente tá muuuuito desligada?
- Hum-rum... Tipo, naquela vez que tu caiu num bueiro aberto?
- Pois então... É hoje! Acordei já dentro dele. A senhora acredita que eu consegui bater com o carro duas vezes, só hoje de manhã, né lasca? Acho que não bati mais, porque cheguei logo no trabalho. Valha-me Deus!
- Sei...
- E quer saber o pior? Ainda tem mais, meu bem.
- Hum...
- Bati do mesmo jeitinho as duas vezes. O carro parado no sinal, sinal abre, eu pensando não sei em quem(ta, eu sei...), coloco a primeira e TUM... No carro da frente. Vixi Maria!
- Se machucou?
- Não, não aconteceu nadinha. Nem arranhou o carro de ninguém. Só a chateação, mesmo. Do sujeito descer do carro e te olhar com aquela cara de "só podia ser mulher", sabe? E o último até me cantou, vê se pode? Mas eu olhei pra ele com uma cara de pitbul fêmea, mal alimentada e com TPM, que ele desistiu rapidinho de prolongar a conversa
- Sei...
- Uns cretinos, uns g
rossos, esses homens, minha mãe. Todos, sem distinção, todos são... uns abusados
- Ué, mas não foi tu quem provocou o incidente?
- É... Que foi, foi. Mas isso não é motivo desse desavisado vir me cantando, onde já se viu uma coisa dessa?! Olhe,
que tem dia que a gente devia ficar amarrada na cama... Tchau, visse?!

Tum.tum.tum.tum.tum.tum.tum.tum...



A Mãe tira o telefone do ouvido, fica olhando por uns segundos:
- Nem que fosse num camisa de força, minha filha...


Anne

sexta-feira, 6 de julho de 2007

BEIJANDO PAREDES

Eu gosto de comprar livros e cds pela internet, acho mais confortável, posso ler e demorar quanto quiser escolhendo, sem ninguém ficar me perguntando se estou precisando de alguma coisa, o que eu responde com muita meiguice: - Pourra! Se eu precisar te chamo, cacete! Ta, não é bem assim que acontece, vai, ofereço um sorrisinho comportado e um delicado: - Por enquanto não, obrigada! Mas que é um saco... Ah isso é!

Estava eu no americanas.com, fuçando, quando me aparece uma janelinha de promoções (e pode parar de rir, não é só por que eu sou mulher, visse? Sou é curiosa, só isso... rs). Comecei a ver umas coisas bacanas, uns títulos interessantes, quando de repente me aparece esse BEIJANDO PAREDES. Que coisa, pensei, mais um perturbado que tem essa intima e afetiva ligação com elas. Eu beijava de mesmo, sabe? Meus primeiros namorados... Fiquei bestinha! Comprei!

Recebi ontem, peguei o livro, alisei a capa, dei um cheirinho nas páginas, sempre o mesmo ritual, acho que eu poderia escrever A CHEIRA LIVROS, é, quem sabe eu faça, um dia... Pelo cheiro, sinto se nos daremos bem. Ou então não, é apenas um jeito de dizer bem vindo, uma apresentação, talvez. E sabe o que eu senti? Vou te dizer...

Nada!

É... isso mesmo, nadinha! Eu olhei de novo, alisei mais um pouquinho, dei mais uns três cheirinhos, e... Nada! Deixei quieto. E o dia seguiu, cheio, muito cheio de trabalho e perrengues. A noite chegou sem lua, com muito cansaço e ainda uma infinidade de coisas pra fazer. Já passavam das 23:00hs, quando, finalmente, me espreguicei na cama, com meu copão de café com leite. E o verdinho lá, quietinho, aliás, as cores verde e amarelo da capa, com umas bolinhas nas laterais e mais a rusticidade do papel, me fizeram lembrar do sapo cururu, outra mania... dar nomes, sofro de síndrome de dinda(madrinha).

Comecei a ler e... Lascou! Atravessei a madrugada, além de não conseguir parar, fui até o final, voltei, reli alguns trechos que tinham usado o marca-gente, igual a gente usa o marca-texto. Achei muito bom, leve, divertido, poético, cheio de imagens, cores, cheiros, sabores, pessoas, mundo cotidiano... Que mistura MASSA!!! Que bagunça boa. Uma conversinha mansa, uma prosinha amena, de repente, chuva, angustia, briga, trovão! Parabéns, Breno Pessoa!

BEIJANDO PAREDES é Lindo!
Aceite. Qualquer outro sinônimo soaria falso
Belo é suave, ele vai além
Formoso é pomposo, acima do mal e do bem
Gracioso é simplório, fica tão aquém
Delicado é sim, cruel, forte, cotidiano, também

Lindo! Vindo, levantando, caindo
Amando, substituindo, consertando, partindo
Sonhando, sumindo, acordando, indo
O sapo(BP) lê a gente chorando, sorrindo!

E com a ajuda de um querido-confidente-companheiro de viagem cito: “Poesia não é a gente tentar em vão trepar pelas paredes, como se vê em tanto louco aí: poesia é trepar mesmo pelas paredes.” Mário Quintana

E salpicar alguns beijinhos, também...

Anne

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Acabei de nascer...


Essa história de nascer cansa, bastante.
Onde já se viu? A gente já começa fazendo esforço, se espremendo, fazendo careta, num apertado danado... Eita... Que vou ter que aprender a mexer nisso aqui.

E a culpa(ele não gosta dessa palavra, mas é ela mesmo...) é do Breno Pessoa, coitadinho, por essa ele nunca esperou, ser pãe, nessa altura do campeonato, mas quem mandou não usar preservativo na escrita, não é?!

Então é ele... O "in`responsável", no sentido de estar dentro, por uma pernambucana de nascimento, nordestina por merecimento e recifense por puro descuido de contemplação... Nasci, lascou!

Nasci a princípio, da necessidade de falar sobre o seu livro: BEIJANDO PAREDES.
E já que eu estou por aqui, talvez fale um pouquinho mais... (e é aqui que reside o grande perigo, acredite!)

Anne